terça-feira, 9 de junho de 2009

Na rota dos alienígenas

Algumas estrelas esforçavam-se para aparecer. O céu estava escuro e parcialmente nublado, quase ideal para a ocasião. Havia três tochas fincadas em forma triangular na areia da praia, que serviam de ponto de referência para quem chegava. No total, foram à praia do Lamário, em Peruíbe, no dia 5, cerca de 40 pessoas. Todos miravam atentamente para o céu à procura de algum objeto voador de origem desconhecida. Os entusiastas do assunto acreditam que o local faz parte de uma rota de naves espaciais extreterrestres. No entanto, durante as quatro horas e meia de vigília, nenhum OVNI foi avistado. Mas nenhum dos presentes ficou frustrado, pois têm consciência do quanto é difícil registrar uma autêntica aparição de objetos ou de seres de outras galáxias.
Na vigília havia ufólogos (estudiosos do assunto) e pessoas que já avistaram ou até mesmo que se dizem abduzidas (sequestradas por alienígenas). Quando não observavam toda extensão celeste, discutiam sobre o tema.
Um dos ufólogos que estavam na vigília era o biólogo Paulo Aníbal Mesquita, conhecido como o mais atuante da região. Ele é, também, membro do grupo de pesquisas ufológicas EXO-X. Ele diz que o céu de Peruíbe pertence a uma das principais rotas de OVNIS do Brasil. "Fizemos um mapeamento de aparições na cidade entre 2000 e 2004", diz Aníbal. Ele explica que, para realizar a pesquisa de campo, foram coletados diversos relatos de aparições. Após este processo, os locais foram marcados em um mapa náutico. Neste documento, há registros de dezenas de locais onde ocorreram aparições de objetos luminosos noturnos; seres esbranquiçados, que emitiam luz de seus corpos (verdadeiras entidades espectrais); e OVNIS, no tradicional formato de disco e em forma cilíndrica. Várias delas ocorreram na Serra dos Itatins (no morro de Peruíbe), Pedra da Serpente, Perequê, Guaraú, Barra do Una e Ilha de Queimada Grande.

Ufoturismo


Peruíbe possui tantos relatos e registros documentais de aparições, pouso de aeronaves espaciais e abduções alienígenas que alguns locais da cidade viraram rotas obrigatórias para os turistas. Ao visitar os locais, muitos deles param durante minutos a observar toda a extensão do firmamento celeste.
Por causa destas peculiaridades, em 2004, a Prefeitura resolveu lançar o "Roteiro Ufológico", sendo a primeira cidade do Brasil a realizar este tipo de programa para o turismo.
Outros fatores que sustentam o turismo são as lendas da Cidade. Existe uma que provém das remotas tribos indígenas da região, cuja história é passada na Pedra da Serpente. Segundo a lenda, havia uma gruta que expelia fogo e fumaça. Os deuses fecharam-na, deixando esculpida uma serpente na porta. Neste local, muita gente diz ter visto luzes e seres bastante incomuns. Há ainda quem diga que já viu uma pessoa de quase dois metros de altura, com longos e lisos cabelos loiros, vestida com um macacão prateado. Ela possuiria ainda uma túnica e, na altura do peito, um emblema de uma serpente. Muitos dizem que o ser se dirige à rocha e desaparece, ultrapassando os pedregulhos de modo espectral.

"Fui abduzido"


Em uma noite de maio de 1999, o santista Edgar do Santos Cândido, de 38 anos, chegou em casa por volta das 23h. Cansado, foi deitar. Já na cama, mesmo em estado sonolento, viu uma luz que atravessou o telhado de amianto. Este facho amarelo puxava-o de modo inclinado. Ele não sentiu nenhum tipo de dor, porém percebeu que estava imobilizado. Enquanto flutuava, Cândido diz ter visto uma nave. "Ela era enorme. Tinha forma de disco e possuía cerca de 500 metros", explica o santista.
Quando se deu conta, já estava dentro da nave. Suas paredes eram prateadas e a tecnologia era bastante sofisticada. Lá, Cândido foi recebido por um comitê de seres de aproximadamente 1,50 metro de altura, meio acinzentados e com roupas prateadas. "Eles eram delgados, tinham olhos grandes, abaulados e negros. Em contraponto, a boca e o nariz destes seres eram pequenos", ressalta.
Levaram-no para uma sala cirúrgica. Fizeram uma incisão em seu rosto, retirando a parte frontal. Depois de uma longa análise, reconstituíram-na. "Em seguida, colocaram-me em uma espécie de sarcófago. Havia várias luzes que giravam em alta velocidade", explica Cândido.
"Dois seres conduziram-no a outra sala. Lá havia um outro à sua espera. Ele portava uma seringa, em cuja ponta havia um estranho e pequeno objeto, que foi inserido atrás da orelha esquerda do terráqueo. O artefato, que parecia uma microbala de revólver, deslizou um pouco pelo crânio do santista. "Foi nesta hora que senti uma irritação e acordei em casa. Meu coração disparava a mil por hora".
Segundo o ufólogo Paulo Aníbal, este implante pode ser uma espécie de sonda para registrar os passos do terrestre.
Na nave havia um ser diferente com características humanas. O ser tinha longas madeixas e a roupa também diferente que da dos outros seres. Ele exercia um certo poder. No final do processo, a criatura deu um abraço no santista, que disse, chorando, entre soluços:
—Por quê? Por que isso aconteceu comigo?
O ser interplanetário respondeu:
—Você vai conseguir!
Edgar Cândido diz que, já deitado em sua cama, deparou-se com quatro seres ao seu lado. Eles estavam analisando-o. Num piscar de olhos, com um forte grito de pavor, o terráqueo levantou-se da cama como se estivesse acordado de um pesadelo. "Eu estava em minha cama, apavorado, com taquicardia, o coração batendo muito forte e rapidamente, sentia como se isso tivesse realmente acontecido, mas duvidei dessa possibilidade", esclarece.
Após esta experiência, Edgar Cândido afirma ver pequenas luzes acima da cabeça das pessoas. Ele acredita que elas são referentes à áurea das pessoas. "Pelo menos uma vez por dia vejo essas luzes. Percebi, também, que minhas percepções extra-sensoriais estão cada vez mais afloradas", afirma.
Depois de dois anos, Candido realizou algumas sessões de hipnoses. A partir delas, grande parte de suas lembranças foram resgatadas do seu inconsciente. Todos os hipnotizadores (entre eles médicos e parapsicólogos) validaram sua experiência como um grande trauma.

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